A maioria dos posts que vejo sobre IA são sobre pequenas curiosidades. O fulano que "enganou" os comportamentos supostamente éticos e responsáveis com prompts criativas. A estranha figura humana com 6 dedos e 3 pernas.
Uma grande mão cheia de curiosidades e bizarrias, que não ajudam muito a vender a IA como algo de verdadeiramente transformador. Se 90% dos posts são deste tipo, é razoável pensar que a maioria das pessoas que procuram estes posts para ganhar algum conhecimento sobre o tema ficarão com a ideia de que não é algo em que valha a pena investir recursos.
Posts que começam com a palavra assassina: “POTENCIAL”. Uma forma de passar a ideia de que estamos por dentro, percebemos tudo e aderimos à inovação, mas… ainda não é o momento. Ou que remetem para os aspectos menos relevantes. "Sabem que o Copilot permite fazer o upload de um logotipo de uma empresa e dá-nos a informação sobre a morada?" É como se olhássemos para a possibilidade de construir um foguetão para ir à lua e quando o estivéssemos a descrever só falássemos no verniz das unhas da astronauta.
Eu estruturei para mim a mensagem desta forma:
Copilot para me ajudar a mim, Agentes para ajudar todos.
Ganhar tempo.
“O tempo não pode ser comprado!”.
Pode sim. E custa só 22 eur por mês.
Numa reunião normal de Teams, onde eu passo metade do meu tempo, existem informações relevantes a serem “trocadas” em 3 canais: o chat, o áudio e o ecrã. Até agora o Copilot era capaz de entender o áudio e o chat. Se lhe pedíssemos para resumir a reunião, receberíamos de volta o resultado do que tinha sido afirmado (por voz) ou escrito (no chat).
Agora é capaz de entender o que está a ser partilhado no ecrã. É capaz de complementar o que foi dito com o que foi mostrado. Nada trivial.
Como venho da consultoria, habituei-me à ideia de gastar mais de 50% do tempo que tenho a pensar como fazer, e menos de 50% a fazer. É essa primeira parte que o Copilot me ajuda a reduzir.
O Agente faz o mesmo num processo de negócio. Coisas pré-feitas como o Agente “Employee Self Service” que fornece aos colaboradores uma interface natural que lhe permite obter respostas a questões relacionadas com a sua vida na empresa (como pedir uma licença de maternidade? Como pedir um equipamento?) e permite agir sobre essa informação, registando automaticamente os pedidos nos sistemas em que estes sejam necessários.
Mas são muito mais que uma prompt com acesso a dados corporativos. Podemos criar os nossos próprios agentes e permitir que sejam completamente autónomos e se encarreguem, por exemplo, de ler todos os documentos que são carregados no sharepoint, analisar a informação e enviar para o responsável um resumo daquilo que é realmente importante.
“Ler e Arquivar” pode muito bem passar a ser “Arquivar e Ler”, com dezenas de horas de poupança.
Desculpem a dimensão deste post. Poderia provavelmente ter pedido ao Copilot que o resumisse, mas depois de o ter escrito, fazê-lo não me ganharia um segundo sequer.
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